Você sabe o que é depressão?
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A depressão é uma afecção psicológica vinculada à perda de autoestima e pode ser percebida em algumas situações bem distintas, conforme segue:
- Depressão Endógena (orgânica). Pode ser decorrente do psíquico que afeta as sinapses ou ainda, como resposta aos efeitos de remédios que afetam a produção de serotonina no organismo: remédios para emagrecer, calmantes, ansiolíticos, ou seja, drogas depressoras do SNC (Sistema Nervoso Central).
- Depressão Aguda (situacional: não é o padrão do indivíduo), decorrente da perda momentânea de provisão narcísica (segurança e reconhecimento), comum na vida de qualquer indivíduo diante de situações pontuais desagradáveis, como separação, morte de entes queridos, perda de emprego etc.. Está, nestes casos, intimamente ligada à perda de objetos que foram eleitos, pelo indivíduo, como supridores de segurança e reconhecimento. Nestas situações, há um empobrecimento nas suas relações, quer intrapsíquico, quer em relação ao mundo que o cerca, marcado por um forte sentimento de menos valia – é como se, momentaneamente, ele se tornasse vulnerável, frágil, parcialmente menos capaz, decorrente da perda do objeto eleito para fazê-lo feliz. Depressão de fácil cura.
- Depressão Crônica (cultivada há anos), decorrente da perda de energia, utilizada para contrainvestir, roubando parte da libido que deveria ser canalizada para a sua vida de relação. A causa deste tipo de depressão está fortemente associada ao alto nível de recalcamento que, para ser mantido no inconsciente, necessita de constantes contrainvestimentos, roubando libido e energia para a vida de relação (queda da autoestima). A apatia é um traço marcante neste tipo de depressão: falta vontade para quase tudo, pois não há energia o suficiente para ser direcionada a objetos e despertar prazer. A Defesa ainda é maior que o Desejo e poderá haver formação de sintoma com descargas orgânicas (Conversões e Histerias). Neste quadro já não há mais capacidade orgástica por perda de libido. Depressão de cura mais trabalhosa: acúmulo de quantum de afeto que precisam ser devidamente identificados, abreagidos e perlaborados.
- Depressão Crônica, presente em quase todas as neuroses. A necessidade de contrainvestimento torna-se tão intensa que começa a faltar energia, até então disponibilizada ao ego para sua vida de relação, a tal ponto em que parte do núcleo patológico consegue escapar e avança sobre o pré-consciente, por perda de capacidade de contrainvestimento do ego, forçando o Superego a deformar estes conteúdos, com o intuito de proteger o ego, ocorrendo a formação de sintoma. Os efeitos desta depressão são mais intensos e prolongados, marcados por sentimentos de inferioridade, rejeição e autopiedade. Em grau mais elevado é, de todos os sintomas, o mais terrível, no tormentoso estado da melancolia, no qual o indivíduo se nega a se relacionar com o mundo (falar, comer, tomar banho, fazer sexo, trabalhar etc.). Nesta situação, o Desejo é maior que a Defesa, verificando-se a formação de sintoma, característico das neuroses. Em consultório, procura-se tratar a própria neurose, pois a depressão já é decorrência.
- Depressão Crônica, presente nos estados borderline, quando não há energia suficiente para manter o conteúdo patológico, ainda que deformado, levando o ego a momentos de desligamento da realidade, aceitando as sugestões do id. Em função de medicamentos hoje disponíveis, o indivíduo consegue sair da alienação e recuperar certa capacidade de contrainvestimento, permanecendo ora psicótico (alienado da realidade), ora neurótico. É neste estado neurótico que podemos observar a depressão instalada e, pelo tratamento da neurose, tratar esta afecção.
- Ausência de Depressão, decorrente do quadro psicótico, quando o ego se desconecta da realidade e passa a viver alienado do mundo externo, seguindo apenas sua realidade psíquica. Após este desligamento, pode-se dizer que já não existe depressão, pois o ego “encontrou uma solução para seu problema” e não tem mais nenhuma necessidade de provisão externa (ele se basta: por esta razão Freud, nos primórdios, chamou a psicose de neurose narcísica).