Sombra, segundo Carl Gustav Jung.
A sombra, arquétipo relativo à experiência com o duplo, é a soma de elementos psíquicos pessoais e coletivos que permanecem inconscientes, formando uma personalidade parcial, moralmente repreensíveis, mas também relativamente autônoma, com tendências opostas ou complementares à atitude habitual do eu. Como destaca Jung o conteúdo da sombra não é composto apenas de tendências moralmente repreensíveis, percepções realistas e impulsos criadores
.Pelo aspecto dinâmico, esse arquétipo forma um par oposto a persona ( nossa personalidade ou seja, o que eu quero que as pessoas vejam em mim, ou pensam de mim, o que eu mostro para a sociedade), e tende a compensar o conjunto de referencias e , fantasias que compõe o eu. É um conjunto de funções e atitudes psicológicas ainda não desenvolvidas na personalidade, que podem permanecer indiferenciadas ou inconscientes. Elas se apresentam na forma de símbolos, tentando promover uma síntese de tendências opostas entre si.
A sombra se apresenta comumente nos sonhos em figuras do mesmo sexo do sonhador e em elementos ligados a temas periféricos da vida psíquica, como assalto, estupro, invasão. É possível perceber sua manifestação também nos conteúdos projetados nas relações interpessoais quando aparecem sentimentos de persecutoriedade ou empatia, nos romances, parcerias familiares ou profissional.
O eu pode estabelecer relações muito distintas com a sombra, mas os principais mecanismos relacionados a ela são a projeção, a cisão e a identificação. Em termos terapêuticos, busca se diferencia – la do eu e aproximá – la da consciência o que só é possível pelo reconhecimento critico e pela aceitação de aspectos inconscientes da personalidade. Com isso, há uma retomada da energia psíquica que estava investida em temas conflitivos para o sujeito.